“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade,
antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não
tenho neles contentamento.” (Ec. 12.1)
Quero trazer uma mensagem voltada para os jovens cristãos,
pois sabemos que os jovens são a grande força e o futuro da Igreja, como também
o futuro das demais áreas a serem ocupadas na sociedade.
O que Salomão está nos ensinando através dessa passagem? Ele
diz: “lembra do teu Criador nos dias da tua mocidade…” Está querendo expressar
que o período da nossa vida onde temos maior disposição, energia, vigor, no
qual estamos no auge da condição física, é o tempo da juventude.
Sabemos que um jovem quando determina fazer algo e coloca
isso na sua cabeça, ninguém pode barrá-lo ou impedi-lo; ele não mede esforços
para conquistar ou pôr em prática seus planos. E o versículo ensina que é nesse
momento da vida de um homem, na juventude, tempo de toda essa disposição, que
devemos gastá-lo com Deus. Lançar toda essa energia e determinação nas coisas
de Deus e na sua Palavra. Essa deveria ser a principal meta da juventude
cristã: adquirir bagagem, conhecimento de Deus, experiências com Ele, adquirir
profundo conhecimento bíblico, gastar horas em oração, começar a desenvolver um
ministério, crescer à imagem de Cristo, ser um autêntico discípulo dele. Mas
não é isso que tem acontecido com a juventude moderna. Eles estão envolvidos em
inúmeras situações que não estão totalmente voltadas para Deus, tais como:
Namoro precoce…
Quantos cristãos estão gastando sua vida e depositando todos
os seus sentimentos em um relacionamento, que na maioria dos casos está fora da
direção de Deus, da aprovação dos pais e fora do tempo certo, tornando esses
jovens dependentes desse relacionamento. Eles investem toda a força no
relacionamento, o que muitas vezes prejudica suas demais áreas da vida como:
rendimento escolar, trabalho, relacionamento com outras pessoas e
principalmente prejudica o relacionamento com Deus, a comunhão com o Espírito
Santo e a identificação com as Escrituras, pois este tipo de jovem não tem
tempo, nem coração pronto para isso.
Tudo em sua vida está voltado para o relacionamento. São as
chamadas paixões e romances juvenis, que em muitas partes têm sido apoiadas
pelas “igrejas modernas”, que patrocinam encontros juvenis e até encontros de
casais solteiros, estimulando o jovem a gastar sua juventude atrás de um relacionamento
e não de Deus.
Um relacionamento cristão não pode ser como o relacionamento
ímpio, nem como a cultura ímpia! Temos a mente de Cristo e devemos seguir uma
cultura bíblica, deve-se ter uma preparação para iniciar o relacionamento,
devem haver condições para que um relacionamento seja sustentando.
Veja o que a Bíblia diz em Gn. 2.24: “Portanto deixará o
homem seu pai e sua mãe, e apegar-se-à à sua mulher…” Preste atenção no padrão
bíblico: não diz deixará o “menino” sua mãe… deixará o “adolescente” sua mãe… A
Palavra diz: “deixará o homem”. Alguém maduro, capaz de sustentar emocional e
financeiramente um relacionamento, uma pessoa preparada para um futuro
matrimônio. É isso que a Bíblia ensina sobre namoro: o namoro só deve se
iniciar quando o casal tem a intenção do matrimônio, e juntamente com a
intenção, deve haver uma mínima condição do matrimônio. O que sair disso é
apenas lascívia, satisfação da carne para ambos. Isso é pecado. Se não há
propósito do matrimônio, o namoro não é bíblico nem é abençoado por Deus!
As festas gospel…
Querem inventar um tipo de evangelho para cada classe de
cristão. Nesse caso um evangelho para jovens. Já que a maioria desses
ministérios não confiam no poder do Espírito Santo e na Sua capacidade de
convencer o pecador, nem são capazes de atrair os jovens pela pregação do
Evangelho. Assim, trazem formas alternativas de atrair os jovens, como as
“festas gospel”, fazendo disso um ministério, usando camisas coloridas, frases
fortes e até “cara-pintada”, dizendo: “somos jovens cristãos radicais”.
Ao invés desses jovens estarem crescendo em conformidade com
o caráter de Cristo, estão envolvidos e gastando suas energias nessas
atividades, satisfazendo a carne em “festas” que não promovem a santificação e
a edificação de nenhum jovem. O único propósito desses eventos é a satisfação
pessoal. E aquilo que os jovens não poderiam fazer no mundo, eles estão fazendo
dentro da Igreja, e ainda com titulo de “ministério jovem”. Não vejo nada de
radical nessas “festas”, nada de extravagante, nem vejo uma maneira do jovem
estar cumprindo o que está escrito em Eclesiastes 12.1: gastar sua vida com
Cristo.
Não existe um tipo de Evangelho para cada classe de cristão,
o evangelho se estende para todas as pessoas de todas as classes, sexos e
idade. Não temos que reinventar o Evangelho e trazer formas mundanas para
atrair pessoas e mantê-las na Igreja, pois isso não é bíblico, não tem a
aprovação de Deus.
Muitas pessoas usam o trecho no qual Davi aparece pulando
diante da arca (1Cr. 15:25-29) para apoiar essa “doutrina gospel” e dizem que
essas “festas” simbolizam a nossa alegria, “que temos que ser alegres”…
Desculpe mas você deve estudar a Bíblia: 1º – Davi estava saltando diante da
arca – que é a personificação da presença de Deus – com santidade, reverência e
temor!
Entretanto não é isso o que acontece nessas “festas”: as
danças e pulos são carnais, dão satisfação e prazer carnal e ninguém ali esta
pulando diante da arca, pois ela não e nunca estará presente nessas festas. 2º
– Temos sim que ser alegres todo o tempo (Fp. 4.4), mas a nossa alegria vem do
cumprimento bíblico, vem da obediência a Cristo, ela é fruto do Espírito Santo
e esse fruto (alegria) só vem mediante a santidade, pois o Espírito que libera
o fruto é “SANTO” e não há santidade alguma nessas festas, nem qualquer
sujeição às Escrituras… Como isso pode dar alegria a um crente genuíno?
Jovens cristãos radicais…
Você acha que isso é ser um jovem cristão radical: promover
festas, pintar a cara, participar de acampamentos extravagantes? Isso não é o
radical bíblico! Jovens radicais como a Bíblia ensina é ser como Estevão, como
“o jovem Estevão”. A Bíblia narra que “Deus fazia prodígios (At. 6.8) pelas
suas mãos”. Você já parou para estudar o que significa a palavra “prodígio”?
São milagres, coisas inexplicáveis, escândalos! Estevão virou sua geração de
pernas para o ar: pregando o Evangelho, ganhando almas, não vivendo para si
mesmo, não se perdendo em relacionamentos precoces, mas foi um jovem de
profunda vida devocional com Deus, de entrega, de marcas, que chegou ao absurdo
de ser o primeiro mártir da Igreja.
Veja o que Atos 7.56-60 narra a respeito desse jovem: “Mas
ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de
Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus. E, expulsando-o da cidade, o
apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem
chamado Saulo. E apedrejaram a Estevão, que em invocação dizia: Senhor Jesus,
recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor,
não lhes impute este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu.”
E você continua achando que é um jovem extravagante, quando
obedece a um líder de louvor que diz: “tira o pé do chão”? O que você faz
obedecendo essas cosias não tem nada de extravagante. Dar “amassos” na sua namorada,
usar as roupas que você usa, falar as cosias que você fala e fazer parte dessas
“festas gospel” não tem nada de extravagante nem de radical! O jovem Estevão
sim era radical, tendo feito tudo que fez em prol de Cristo, uma vida dedicada
desde a juventude para Cristo e, quando foi apedrejado pelos seus piores
inimigos disse: “Senhor não considere os pecados deles”.
Estevão estava querendo dizer: “mesmo nessa situação que
estou passando eu os amo, quero vê-los na glória comigo. Perdoe eles. E dê a
eles uma chance de receberem a Jesus e o precioso Evangelho do Cristo com quem
eu vou me encontrar agora. Amém!
Os jovens Sadraque, Mesaque e Abede-Nego…
Assim como Daniel, intentaram em seus corações não se
contaminarem com os manjares do rei (Dn. 1:8-16). Note que atitude tremenda:
quando todo um povo se deleitava com os manjares do rei, os prazeres, os
benefícios da carne, a luxuria, o bem estar, a auto-satisfação, esses jovens
não – não se contaminaram – o que eles mostraram com isso? Que eram separados das
práticas mundanas, eram santos! Santidade não é uma coisa que se vê hoje em dia
no meio da juventude (separação do mundo).
Na atualidade, cada vez mais o jovem cristão é parecido com
o mundo, com a sociedade mundana, não há diferença com os demais jovens mundanos,
pois eles se vestem iguais, assistem a mesma coisa na TV, suas palavras são
iguais, frequentam “quase” os mesmos lugares, ou seja, vivem se contaminando
com as iguarias do rei e por estarem contaminados acabarão se dobrando ou até
já se dobraram ao rei – ao deus desse século – prostrando-se diante da sua
estátua (Dn. 3).
Mas Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, quando o edito real foi
dado, dizendo “que todos deveriam adorar a estátua e que aquele que não a
adorasse seria lançado no forno…”, o que eles fizeram? Preferiram ser queimados
à traírem o seu Deus, à se dobrarem a um sistema ímpio e corrupto. Então, vendo
que eles não se dobravam, o rei manda jogá-los na fornalha, sete vezes mais
quente.
Oh! Meu querido, isso sim é ser radical, que coisa mais linda,
que testemunho de fé, de entrega, que convicção ainda na sua juventude. Esses
sim estavam gastando sua vida “nos dias da sua mocidade”, arriscando-a pela
causa, pelo verdadeiro REI: O Senhor dos Exércitos! Não se importaram com a
fornalha, nem com qualquer outra oposição, sendo lançados lá dentro.
É isso que a Igreja atual precisa, é desse tipo de jovens
que a Igreja atual, que a Terra necessita: jovens ousados, intrépidos, que amam
a Deus sobre todas as coisas, que não temem o rei, nem a fornalha e nunca se
contaminarão com os seus manjares! E o final da passagem você já sabe: Jesus
entrou e andou com eles na fornalha.
É isso que estou tentando dizer. Assim como esses jovens
bíblicos e tantos outros, gaste sua juventude, use toda a sua força servindo a
Jesus Cristo, obedecendo fielmente sua Palavra, adquira marcas, novas
experiências a cada dia, cresça com homens mais velhos, como diz Provérbios
13.20. Faça visitas com eles em presídios, em hospitais, cultos familiares,
siga seus conselhos, aprenda com sua reta conduta.
Esse é o tempo para que essas coisas aconteçam, tempo também
de pregar o Evangelho, período no qual temos que ganhar o maior número possível
de almas, pois temos disposição para ir e vir! A juventude é a época de abrir
mão de muitas coisas, pois a maioria dos jovens são solteiros e podem dispor de
tempo e recursos. Não hesite em pregar o Evangelho, a seara está madura: vá até
ela, lance a preciosa semente, forme discípulos, crie um ministério pessoal…
Quando você acha que vai ganhar almas? Quando você acha que vai ter disposição
e tempo para caminhar com os discípulos até gerar Cristo neles, o que custará
lhe muito? Quando você for mais velho? Quando for casado? Quando tiver filhos?
Não, impossível!
A hora é agora, nos dias da sua mocidade. Vá meu filho, pois
João escreveu: “jovens sois fortes” (1Jo. 2.14). Vá, Deus está adiante de você
como um fogo consumidor, destruindo seus inimigos, quebrando as portas de
ferro, os ferrolhos de bronze, alie à sua robustez, dinâmica, espontaneidade, o
conhecimento bíblico e o poder do Espírito Santo, então ninguém irá te deter!
Você poderá ser um novo profeta, um novo Elias desse tempo. Como eu disse: Vá!
Desenvolva também um relacionamento pessoal com Deus, tenha
um ministério particular com Deus, quero dizer, uma vida devocional intocável.
Cresça na comunhão, na intimidade, seja participante da natureza divina (2Pe.
1.4), pois então você se tornará um grande homem ou uma grande mulher de Deus.
Eu sei que por ser jovem você está cheio de sonhos, planos e projetos futuros…
Mas saiba: eles só se concretizarão segundo a vontade de Deus e Deus conhece
cada um deles!
Tenho certeza que Ele colocará a própria vontade Dele em
você e fará muitas vezes que a sua vontade automaticamente seja a Dele.
Seguindo todos esses passos teremos uma nação forte, uma
sociedade honesta, uma Igreja poderosa e, principalmente, ministros do
Evangelho com caráter, maduros, preparados e é isso que a Igreja atual mais
necessita.
Esse de quem estou falando é você meu jovem, está tudo nas
suas mãos. Que o Espírito Santo te convença e te leve a uma vida intensa com o
Senhor e que você gaste toda ela na sua mocidade.
Por Pb. Joel Carlson
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